Negócios em Pauta debate uso consciente das linhas de crédito no Sincovat
23 de Agosto de 2018
"Linhas de crédito: como acessá-las e para quais finalidades existem" foi o tema do workshop de agosto do projeto Negócios em Pauta. Realizado na sede do Sincovat, em Lajeado, na noite desta quarta-feira (22), o painel teve como provocador o analista sênior do Sebrae-RS, Augusto Martinenco, o qual se baseou em sua experiência de consultoria para orientar sobre o uso consciente do crédito e das linhas de financiamento disponíveis no mercado.
Para ele, ao pensar em tomar um crédito, é fundamental que o empresário considere prioritariamente o valor da parcela, visto seu impacto na saúde financeira do negócio. "Na minha avaliação é um fato crucial para vocês identificarem se há capacidade para acessar esse recurso ou não", comentou. Também há que se ponderar sobre o prazo de pagamento e a taxa de juros, principalmente o custo efetivo da operação, refletindo acerca do potencial de quitação e do propósito do recurso.
Martinenco ressaltou a necessidade de se estar ciente de que as parcelas precisarão ser pagas paralelamente a novos investimentos e compra de estoques, o que justifica a preocupação com o prazo e o reflexo dessa despesa no caixa da empresa: "A parcela é importante, mas lembre-se das consequências do crédito que vocês estão buscando, tanto no prazo para vocês pagarem como, obviamente, na capacidade de pagamento que vocês vão ter durante esse período". Ele alertou: "Independentemente das oportunidades que vão ter nas instituições financeiras, avaliem bem o caixa de vocês para não ter descasamento. Isso pode fazer com que daqui a um ano vocês tenham que voltar a buscar recurso numa situação muito pior do que vocês buscaram hoje".
O consultor ainda mencionou que o volume de crédito disponível no mercado tem voltado a crescer e que os índices de inadimplência diminuem mensalmente, muito em função da queda da taxa Selic. Apesar disso, o perfil do empresário lajeadense ainda é de poupador, dado sustentado por números do Banco Central que indicam que, na cidade, a cada R$ 1,00 na poupança, apenas R$ 0,70 é destinado a tomadores de crédito. A postura, na visão de Martinenco, é positiva, mas precisa mudar, passando a considerar o financiamento como uma forma de investir e alavancar os negócios. Ele reconheceu o momento de crise e a imprevisibilidade da economia, mas revelou sua crença na melhora dos resultados muito em breve. "Acho que essa crise vai passar principalmente pelo trabalho, pela dedicação e pelo esforço de empreendedores como vocês. Eu acho que o motor propulsor da economia do Brasil cada vez mais vai estar atrelado ao poder privado, nas pequenas e médias empresas que fazem a roda girar localmente", afirmou.
Também participaram do debate o gerente da Sicredi Empresas, Fabrício Diedrich; presidente do Conselho de Administração do Sicoob Meridional, Solange Martins; e gerente geral do Banrisul de Lajeado, Lari Cagnini. Dentre os temas abordados, as práticas das instituições, os objetivos das linhas disponíveis, taxas de juros e de risco, prazos de quitação e de carência e gestão do fluxo de caixa.
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